domingo, 10 de maio de 2009

Amores


Desaba. Aquele mundo de promessas, sonhos, projetos, simplesmente desaba. 

Somos seres dotados da necessidade de um chão. Apaixonados podemos até voar, mas o imã do chão sempre nos atrai. O que fazer quando tiram nosso chão? Não há nada mais cruel, que uma rasteira num vácuo abismal, afinal, como dizia Exupéry “tu te tornas eternamente responsável pelo aquilo que cativas”.

É difícil definir o sentimento de uma pessoa sem chão, mas principalmente, sem asas pra sobrevoá-lo. Que definição mais cabível teria ao vazio? Quer dizer... Como explicar, o que o nada nos faz sentir, se é exatamente a angustia do nada que nos aflige?


Poderia dizer: não se apaixone, nunca. Mais quem obedeceria?


Nós temos a estranha mania do “dessa vez vai ser diferente'. Ledo engano. Não, não vai. Você vai sofrer, vai apostar tudo em quem ou não merecia ou quem não foi bom o suficiente pra você. Vai quebrar a cara, perder a noção de amor próprio. Vai querer se afundar em uma cama com 30 kg de chocolate belga e ver pela décima quinta ou décima sexta vez  aquele filme com aquela historia de amor que você sabe, no fundo sabe, nunca será a sua.

Poderia dizer pra você nunca acreditar naquelas promessas tão românticas e ao mesmo tempo perfeitamente impossíveis de serem cumpridas. Mas a gente acredita, não acredita? A gente realmente acha que são de coração. Será que são? Será que eram? 

Sacanas, covardes, egoístas. Acham que sabem o que é melhor para nós, acham que merecemos coisa melhor, sem saber que o que nós queremos mesmo, são eles. Perfeitos, defeituosos, brigões, chatos e insensíveis. Queremos vocês, será que não entendem?

A necessidade masculina de ferir com a próxima parece falar mais alto e, de repente, um copo de cerveja, numa sexta- feira a noite naquele bar da esquina parece mais interessante que ver você. 

Dizem eles que se divertem mais, mas a realidade é que a intrínseca necessidade de ser cachorro, grita. Eles tiram nosso chão, como se tirassem nossa roupa. E assim, como num gesto de piedade, pedem desculpas. Não, não quero suas desculpas, quero você.

A rotina está ficando sem graça. Não somos companheiras de baladas, não arrotamos e nem falamos de bundas. Não. Nós amamos com toda intensidade que um coração pode suportar e, se isso já não basta, se o amor de uma mulher não é suficiente para fazer um homem se desligar do seu lado primitivo, só há duas alternativas: você amou o cara errado ou você amou o cara errado.  

Ele não te merece.

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